segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SÓ PODIA DAR ERRADO


Errar é humano, insistir é burrice. Perder milhões com o erro? Ah, isso é marketing. Conheça os desatres de que só o reposicionamento estratégico da marca é capaz. (Texto: Emiliano Urbim)

COCA COM GOSTO DE PEPSI
Produto - New Coke
O que era - Substituta da Coca-Cola
Duração - Abril à Junho de 1985

IDEIA: A poderosa Coca-Cola via seu reinado no mercado de refrigerantes ameaçado pela Pepsi, o então "o sabor da nova geração". Pra contra-atacar, decidiu criar um sabor parecido com o da concorrente. Até aí tudo bem. Mas então baixou o Fernado Vanucci nos executivos, que pensaram: "é hora da gente mudar... ou mudar de vez". Além de lançar a nova Coca-Cola, retiraram o sabor antigo das prateleiras,

RESULTADO: Os consumidores execraram a New Coke - tanto que a Pepsi virou líder sem aumentar as vendas. Até Fidel Castro, fã da Coca tradicional, considerou a troca de fórmula um sinal de decadência do capitalismo. Em 3 meses, o sabor antigo estava de volta com um novo nome, Classic Coke.

PEJUÍZO: US$ 1 Bilhão




FEIURA SOBRE RODAS
Produto - Ford Edsel
O que era - Carro do futuro
Duração - 1957-1960

IDEIA: Dona do mercado de automóveis, a Ford concluiu que, para promover seu novo carro, batava criar expectativa com anúncios que não mostravam o veículo. Os cartazes anunciavam apenas que "O Edsel está chegando".

RESULTADO: "Um trator chupando limão. "Um vaso sanitário." "Uma vagina com dentes." Essas foram algumas das reaçoes ao peculiar design da dainteira do Edsel - se eles tivessem mostrado o carro a pelo menos um consumidor, talvez tivessem evitado esse problema. Ah, os americanos também acharam o nome esquisito - e pior que era homenagem ao filho do fundador da empresa, Edsel Ford. O carro que deveria vender
200 mil por ano saiu de linha em 1960 vendendo 2. 800 unidades.

PREJUÍZO: US$ 2,25 bilhões




SEM FUMAÇA E SEM NOÇÃO
Produto - Premier e Eclipse
O que era - Cigarros sem fumaça
Duração - 1988 e 1996

IDEIA: Para driblar as preocupações com o fumo passivo, a RJ Reynolds (fabricante das marcas Camel e Winton) criou um cigarro que não soltava fumaça.

RESULTADO: O primeiro modelo, Premier, além de precisar de muito fogo para ser aceso e muito fôlego para ser tragado, tinha um gosto horrível. sua reencarnação, o Eclipse, tinha um filtro de carvão embutido dentro do cigarro, o que tornava o gosto ainda pior. Ambos prometiam ser mais "limpos", ou seja, mais saudáveis, o que simplesmente não era verdade. Mas o que ninguem entende é: por que fazer (duas vezes!) um cigarro para quem não gosta de fumaça? Esse público, apropiadamente conhecido como não-fumante, não costuma comprar cigarro.

PREJUÍZO: US$ 450 milhões.

(Fonte: Super Interessante - julho 2009)

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